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Anderson Aníbal fala sobre a NOSSA CIA. DE TEATRO

  • Comunicação Nossa Cia de Teatro
  • Jul 12, 2011
  • 4 min read

(fonte: Portal Baixa Verde)

No dia 9,de julho a NOSSA CIA. DE TEATRO estreiou o seu primeiro trabalho em Baixa Verde. Criado a partir do projeto Caixa Clara - Teatro no Vale do Rio Doce, realizado pela CIA CLARA, com apoio da Arcelor Mittal, o grupo teatral formado por jovens do distrito de Baixa-Verde apresentou o espetáculo "Nossa Cidade", uma adaptaçãoda obra de Thornton Wilder.



O Portal Baixa-Verde acompanhou a estréia da NOSSA CIA. DE TEATRO e aproveitou a oportunidade para conversar com Anderson Aníbal, diretor e dramaturgo da Cia Clara, que acompanha o trabalho de formação da companhia teatral de Baixa Verde.


"Nossa Cidade" narra o processo de desenvolvimento duma pequena cidade dos Estados Unidos no século XX. A peça é um clássico que nos interpela de forma inquietante, sobre os elementos do universal e eterno que existem na vida diária. Veja a entrevista abaixo:



Portal Baixa-Verde: Fale um pouco sobre o projeto Caixa Clara.

O projeto Cx Clara – Teatro no Vale do Rio Doce, da Cia Clara de Teatro, com patrocínio da ArcelorMittal é dividido em etapas, com oficinas, palestras e processo de criação. Com este formato esperamos que, aos poucos, os artistas do grupo estejam cada vez mais integrados ao meio e à cultura teatral.



Como surgiu a idéia de montar a peça "Nossa Cidade? Por que ela foi escolhida para a estréia da CIA NOSSA?

É um texto que gosto muito e que sempre procurei oportunidades para trabalhar com ele. Quando eu e Dimitrius conhecemos Baixa Verde e os artistas locais, logo nos lembramos do texto.



A peça "Nossa Cidade" é baseada na obra de Thornton Wilder, fale um pouco para nós sobre a peça.

"Nossa Cidade" descreve de forma épica o desenvolvimento de uma pequena cidade do interior dos EUA, no início do século XX. Achamos que existiam muitos pontos de convergência entre a cidadezinha americana e o distrito.



Qual a sua expectativa para a estréia da Cia Nossa?

Acho que vamos fazer muito sucesso, isso é o que esperamos sempre: que as pessoas gostem do que fazemos...



E suas expectativas para o grupo. Quais são?

O CIA NOSSA é um grupo jovem com pessoas cheias de um potencial expressivo. Espero que eles tenham coragem!



Como foi o processo de montagem para os atores da NOSSA CIA?

Como primeiro exercício de montagem, foi um trabalho relativamente de curto tempo de duração, mas bastante intenso para os meninos, que nunca estiveram num processo assim.



Em maio, a CIA CLARA faz um oficina de capacitação de atores em Baixa Verde. Desta oficial nasceu a CIA NOSSA, formado pro jovens e adultos do distrito. Conte como foi à luta para a formação desse grupo, em uma cidade que não tem nenhuma raiz teatral?

É este um dos objetivos principais deste projeto. Queremos fazer com que estes jovens descubram que são eles que vão modificar a condição das cidades onde vivem. E não só com o teatro, mas com a música, dança literatura, etc.



Como foi seu inicio de carreira?

Formei-me como ator no Palácio das Artes em Belo Horizonte. E logo fui trabalhar como ator com a diretora Cida Falabella. Com ela fiz dois trabalhos: A Hora da Estrela e O Sonho de uma Noite De Verão. Minha peça de formatura foi uma adaptação de Ensaio Sobre a Cegueira de José Saramago.



Você acha que alguns jovens se interessam pelo teatro pensando em “fama” e “dinheiro”?

Muitos se aproximam desta idéia pelo apelo da “cultura de celebridades” de hoje em dia, do valor que se dá hoje em dia à fama. Mas só se tornam artistas os que realmente têm o teatro como maior sentido de expressão, que agüentam todas as pressões econômicas e de mercado para salvarem o seu desejo.



Você acha família importante o apoio da família para os artistas que estão iniciando no ramo ou até mesmo para os que já têm experiência? Sua família lhe incentivou?

Fundamental. Fica tudo mais fácil, mas quando a pessoa quer ela enfrenta as dificuldades, não tem outro jeito. Minha família sempre me incentivou. Brincava de teatro em casa com meus irmãos, era uma de nossas brincadeiras favoritas.



Como é atuar e dirigir uma peça, em um país onde as maiorias das pessoas nunca viram um espetáculo de teatro?

O teatro tem se profissionalizado cada vez mais. E a relação com a sociedade também vem melhorando, estamos ganhando, pouco a pouco, respeito e espaço.



Muitas pessoas têm dificuldade em ouvir o "NÃO", principalmente na profissão de ator/diretor. Você já ouviu algum "NÃO" em sua carreira?

Sim, todos vão enfrentar muitos Nãos ainda da vida. Mas aos poucos os SIM’s aparecem. Assim espero!



Você acha que dá para conciliar o teatro com outra profissão totalmente oposta?

Aí vai de cada história. Conheço gente que trabalha em Banco e é ótimo profissional de teatro. Mas o artista precisa de tempo para se dedicar. Não, eu vivo apenas para o teatro e ainda me falta tempo para todos os projetos.



O que você acha quem um jovem tem que ter para ser tornar um bom diretor e/ou ator?

Planejamento. Organizar seus desejos e expectativas. E não perder a fé no trabalho. É um caminho difícil. Mas não consigo imaginar outro na vida.



"Sou de Belo Horizonte. Sou de Peixes. Amo ensaio. Acho lindas coisas tristes. Mudo aos poucos. Dizem que eu sou criativo", essa frase traduz um pouco da sua personalidade, mas não diz quem é você. Afinal, quem é Anderson Aníbal?

(Risos) Este texto que você citou foi uma de minhas melhores tentativas de responder esta pergunta. Além disso, existem meus espetáculos. E os meus amigos, a minha casa, o meu quarto, os meus sonhos...

É um exercício para a vida toda. Como já disse em um trecho da peça VILAREJO DO PEIXE VERMELHO: “como resumir uma pessoa? Cada uma é um universo!”




A estréia aconteceu do dia 9/7 ao dia 11, apenas para convidados, no Bairro Ponte Alta, em Baixa Verde. Segundo a Assessoria de Imprensa da NOSSA CIA, pelo menos 200 pessoas acompanharam a estréia.

 
 
 

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